sentir a solidão rodeada de gente;



Há muito tempo atrás, eu vivia numa casa do campo, numa aldeia muito longe.
Eu gostava de lá viver. Era tudo reconfortante, acolhedor e ‘saudável’. Sempre que estava triste arranjava algo com que me entreter.
Era tudo muito simples. Fácil, fácil demais até! Tão fácil como respirar.
Todas as noites ia para a varanda. Aí deitava-me numa rede e baloiçava, baloiçava até o sono chegar … Contava os meus segredos às estrelas que me acompanhavam diariamente.
Nunca conheci a solidão. A casa estava sempre cheia de pessoas importantes e eu nunca reclamara até ao dia … o dia em que me disseram para partir. Como poderia eu partir? Estava ligada àquele dia-a-dia por fios, parecendo uma marioneta e mal um se dilacerasse eu cairia sobre terra. Mas eu não tive escolha … era o melhor a fazer. Começar de novo e esquecer tudo o que outrora se passara naquele magnífico lugar.
Mas quando cheguei à caótica cidade percebi que jamais iria esquecer o que se tinha passado naquela aldeia confortante e acolhedora. Percebi que era impossível esquecer o que fez tão bem e o que alimentou a réstia de esperança que em mim viveu. Casa reconfortante era o teu coração e as estrelas ouvintes eras tu!
«A minha casa é o meu castelo, 
o meu cofre de recordações.»
27-07-2010 
[história não verídica]

11 comentários:

Anónimo disse...

está tão bonito, tive uma mudança muito parecida com esta. sempre gostei de viver numa casa de campo com árvores e árvores a minha volta e com a minha rede pendurada. que delicia.

jorge cea disse...

Amor a quanto obrigas. Gostava de ter uma casa como essa. Tens amigos com muita sorte, é pena não serem bons ouvintes.
Lá vais tu continuando a sonhar... a sonhar...
Gosto muito da tua desnuidade escrítica, da forma simples com que te exprimes.
"bigado".

Anónimo disse...

a sério que parecia verídica, está muito bem escrita parece que a viveste e retratas tudo de uma formal tão simples e verdadeira que parece mesmo que passaste por tudo isso, de qualquer das formas acho uma delícia poder ter uma casa no campo e tudo o que retratas.

jorge cea disse...

Se tu estás só, abre o teu coração, coloca um sorriso no rosto, retoma o brilho nos olhos e acredita que a vida te prepara maravilhosas surpresas. Tenho a esperança de que com estas minhas palavras tu tenhas conseguido mais energia e inspiração para desfrutar melhor o Amor, uma realidade valiosa demais para ser banalizada.
E lembra-te: tu és a autora da tua vida e és capaz de escrever uma história de amor muito linda, na qual recebas e dês muito amor. Sabes sempre que amar pode dar certo, desde que tu cuides do Amor com muito carinho e sabedoria.
O amor é eterno e maravilhoso em sua essência, capaz de realizar as mais importantes transformações no ser humano, mas as pessoas actualmente se machucam muito porque não aprenderam a amar de uma forma plena. O problema não está no amor. O ser humano não consegue ser feliz sozinho. Desistir de amar é deixar de lado uma parte fundamental da própria vida, e por isso mesmo é triste ver tantas pessoas tratarem o amor com desprezo, acharem as manifestações de romantismo algo feio e, principalmente, desistirem de viver um grande amor. Vale a pena amar, acreditar no amor, entregar-se ao amor. O amor satisfaz os nossos mais profundos desejos de compreender e ser compreendido, de valorizar e ser valorizado, de dar e receber.

jorge cea disse...

Amor e uma cabana. O cenário perfeito para momentos de sonhos, de loucuras e de outras coisas mais que vêm por acréscimo. É o efeito de bola de neve... quando damos por ela estamos embriagados de amor.
Continua porque estás a começar a emagrecer.

jorge cea disse...

Nessa casa, nesse lugar, e nesse sonho, algo mais aconteceu. O reconhecimento de que um coração é algo mais que um músculo, uma bomba ou uma porção de carne. É um cofre onde guardamos os nossos segredos, os nossos sonhos, as palavras que dizemos mas não queremos que sejam ouvidas, as palavras que ouvimos e queremos ouvir o seu eco, a visão do que vemos e que não sejam vistas por mais nimguém... enfim, é dos cofres mais pequenos que mais valores guarda.

Beatriz Silva disse...

Como o teu blogue é um dos meus preferidos, tens três selos para ti na minha página de selos e desafios (:
Aproveita e vai lá pegar neles, esperam-te!
Beijinhos *

Helena disse...

E agora fica a lembrança desses tempos, para um dia mais tarde recordar *
Gostei muito :)

jorge cea disse...

Muita gente se questiona como pode haver tanto amor e amizade entre algumas pessoas quando elas, apesar de terem tudo não sentem esses dãos. Dão mais importancia à aparencia, ao luxo e à riqueza e descuram os melhores tesouros do mundo. Eu partilho os meus e acredita, estou cada vez mais rico. Se queres enriquecer partilha também os teus tesouros.

Helena disse...

Humm, não sabia :$
Acredita que é óptimo saber isso, obrigada a sério (:

jorge cea disse...

Sobre amor, muito se diz, pouco se sabe e cada um o expressa de forma livre e incodicional. É precisamente a forma variada e deversificada que cada um tem de exprimir o amor que o torna abstracto, sem um conceito bem definido.